sábado, 29 de janeiro de 2011

CAMINHEIROS DA GARDUNHA - história já em livro

De grupo não organizado a associação de interesse pela natureza
Há histórias que não é possível contar, sem que o sejam na primeira pessoa. Esta é uma delas.
E isto porque há personagens que vão fazendo parte da história, passando por ela, enquanto há outros personagens que estão na origem da própria história.
Sem receio de incorrer na falta de verdade, faço parte dos que citei em último lugar.
Por conseguinte, quem pode contar todos os episódios da história, com grande detalhe.
Os episódios que compõem esta narrativa. E com muitas imagens, para o comprovar.
Porque a história existe.
Mas os Caminheiros da Gardunha têm ainda a sua história a decorrer, porque “a história não pára e não morre”.
Nem pára na passagem de grupo não organizado para colectividade legalmente constituída, altura até à qual fiz o relato.
Mas esse relato, sim, terminou aí.
Estando, como outros estiveram, no surgimento deste grupo que se fez SÓCIO da Gardunha, a condição de caminheiro passou a ser um estado de alma.
Faz parte de mim mesmo e só deixará de o ser quando finar.
Não é exaustiva a narrativa, mas contém a essência do que é o Caminheiro da Gardunha.
E essa parte tinha de ser divulgada.
A riqueza das imagens que testemunham o envolvimento desse grupo de pessoas com a SUA SERRA, contribuindo para a promover e trazer outras pessoas para a Gardunha, também ajudam a compreender o quanto vale a amizade e a fraternidade, quando adoptamos esses valores na forma de estar na vida.
Tudo isso está agora neste livro.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Viajar... o sonho que o tempo tornou realidade

E vão três... livros ! Editados no âmbito da auto-publicação, em que o texto, a revisão ortográfica, as imagens, a composição, a montagem e a criação da capa, são da inteira responsabilidade dos autores.
Este, com o título "Viajar... o sonho que o tempo tornou realidade", encontra-se já online através das editoras Bubok e Bookess, para leitura por Ebook ou download em PDF, para além de poder ser adquiridos no formato normal, em papel.
Tal como o título diz, trata-se da concretização de um sonho que vem de há muito, com o relato das viagens já realizadas, ao longo de 234 páginas.
Mas tudo o que se faz com gosto contribui para a nossa realização e felicidade. E isso acontece com mais esta publicação. Porque eu "gosto-de-escrever".
As ligações para as editoras é a seguinte:
Bubok :
Bookess:

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Para começar ...

... este vai ser um espaço onde darei expressão aos meus estados de alma. Aqueles pelos quais nos deprimimos, pelos quais nos entristecemos, pelos quais nos alegramos, mas também pelos quais nos inspiramos e somos capazes de exteriorizar sentimentos que geram histórias, pequenas ou grandes, que podem ser, afinal, as histórias da vida de cada um de nós. Escrevê-las, é o desafio que coloco a mim mesmo.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Agora já é um livro

O objectivo foi alcançado. Já está disponível online mas também pode ser solicitado no formato tradicional.

O desafio que lancei a mim próprio foi vencido. Sinto-me realizado.




sábado, 10 de julho de 2010

Fundatur-um caso de amor ao Fundão

O parque de campismo da Fundatur marcou a vida de muitas pessoas. Uma delas foi a minha.
Mas até nem sou das que estiveram envolvidas, desde o primeiro momento, na criação desta obra, que António Paulouro chamou de "um caso de amor ao Fundão".
Mas estive logo depois. E durante mais de duas dezenas de anos. Só por razões de saúde deixei de estar na primeira linha.
É uma história que até hoje não foi publicada, embora ainda estejamos a tempo de o fazer, como merece.
E se essa história traduz, quase sempre, um desenrolar de coisas boas e acontecimentos muito felizes, não deixa de haver lugar para alguns capítulos, em que tal não se pode dizer que assim seja. Como em todas as histórias.
Envolveu um grande número de pessoas e muitas não pertencem já ao número dos vivos.
Talvez por isso, a preocupação que a dado momento me tomou, para conceber uma revista de "fabrico caseiro", que, no mínimo, pudesse dar a conhecer os nomes de todas as pessoas envolvidas até àquela altura.
E já passou quase uma dezena de anos, sem que a revista tivesse sido concluída, visto que me coloquei longe dos acontecimentos, forçado por um AVC. Mas o seu registo digital ficou.
A obra nasceu a partir de um sonho. E a revista também fazia referência a esse aspecto - "o homem sonha e a obra nasce".
É por isso que entendo divulgar, agora, o que foi feito da revista que tinha idealizado... embora seja pouco mais do que o seu começo.
Para que conste !
Nenhuma, das muitas pessoas envolvidas, deve ser esquecida. Os casos de amor são tão escassos, hoje em dia, que é de justiça recordar este.
Já o referi, António Paulouro chamou-o de "um caso de amor ao Fundão". E tinha as suas razões.
ooOoo
A revista ... e a sua "nota de abertura": A história da Fundatur é feita de momentos inolvidáveis, uns mais alegres e outros não tanto, mas todos eles vividos de forma intensa em todos os dias que já passaram desde a sua criação.
Mas esses ingredientes da história, que António Paulouro classificou como “um caso de amor ao Fundão”, estão apenas na memória de muita gente, pois nem todos ficaram registados em imagens ou documentos que agora pudessem ser consultados.
Se tal acontecesse, a tarefa estaria facilitada.
Todavia, com os registos e as imagens existentes, com o testemunho de pessoas que estiveram no grupo que meteu mãos à obra e de outras que lhe seguiram as pisadas, tentaremos nesta simples publicação, dar cronologia aos passos de uma caminhada nem sempre fácil, mas superada graças a uma grande carolice e muito amor à causa.
Álvaro Roxo Vaz

Seguia-se o testemunho do sócio nº.1 - Luís da Silva Carvalho, que conta a história na primeira pessoa, pois o sonho passou por si, soube transmiti-lo a um grupo de amigos e, juntos, foram capaz de o transformar em realidade. Assim nasceu a obra.
"Era uma vez... uma ideia ... assim podia começar este agradável relato. Começo, no entanto, por dizer que a pessoa que não tiver capacidade para sonhar, jamais terá capacidade para realizar. A Fundatur, nascendo de um sonho, tem no prazer do convívio, no culto da amizade e no gosto pelo campismo, toda a sua razão de ser.
E partir para a sensibilização de um grupo de bons amigos no sentido de dotar o Fundão de um parque de campismo, foi apenas dar o sinal de partida, pois parecia que afinal todos estavam motivados para o mesmo e somente aguardavam pelo sinal.
Começou por ser um grupo pequeno e, na primeira vez, estiveram comigo Guilherme de Brito, José Nabais, Manuel de Brito, José Passarinho e Fernando Reis Gonçalves.
Estávamos em 20 de Setembro de 1976.
E foi nesta reunião que frisámos a necessidade de o Fundão ter um parque de campismo, concretizando essa ideia com a aquisição da Quinta do Convento, que sabíamos estar à venda.
E logo se falou não só de parque de campismo mas de um complexo turístico com pousada, restaurante e outras valências, aproveitando-se a riqueza do edifício do convento, que era autêntica obra de arte e que estava totalmente abandonado.
Uma visita já havia sido feita à quinta e tal só veio reforçar a ideia de que seria uma pena que a mesma fosse vendida para outros fins, correndo-se o risco de os edifícios virem a ser transformados em estábulos, palheiros ou outra qualquer coisa.
Já na altura se disse que o ideal seria a Câmara Municipal adquirir o edifício e ser a edilidade a dar forma ao projecto do parque de campismo para o Fundão, mas tal parecia inviável face a uma conversa com o vereador Américo de Oliveira, que referiu a difícil situação financeira da Câmara, perante outras necessidades mais prementes no concelho.
Não deixou de dizer, porém, que na Câmara já havia sido abordada a ideia de se criar no Fundão um parque de campismo e por isso esta ideia do grupo tinha o total apoio do vereador Américo de Oliveira.
Com o grupo perfeitamente imbuído do interesse por esta iniciativa, havia que partir para a sensibilização de outras pessoas, elaborando-se desde logo uma lista de possíveis interessados em participar na mesma, que seriam convidados para a reunião seguinte, que ficou logo marcada para o dia 22 de Setembro.
Ainda nesta reunião lancei a ideia de que esta iniciativa devia ter um espírito não mercantil, portanto uma finalidade não lucrativa, o que poderia ser alcançado através de uma cooperativa onde todos os fundanenses pudessem inscrever-se e subscrever títulos ou acções participativas no capital.
Ultrapassada a fase do sonho, havia que dar os passos para o tornar realidade.
E aconteceu a reunião de 22 de Setembro de 1976. Com a ideia já formada de caminhar para a concretização.
O grupo era agora muito maior. O efeito de bola de neve estava a acontecer e comigo estiveram nesta reunião José de Brito Manique, José António Santos Marques, Manuel Brito Nogueira, Fernando Reis Gonçalves, António Trindade Anacleto, Luís Abrantes da Silva, Guilherme Brito Nogueira, Aníbal Alçada de Paiva, David Pião Nogueira, António Vaz Lindeza, Domingos Correia de Moura, António Cardeiro Saraiva, José Abrantes da Silva, Adelino Valente Venâncio, José Brioso Manique, Sebastião Clemente Lambelho, Teodoro Sanches Leitão, Olindo Soares Magalhães,José Alberto Gomes Proença, José de Sousa Passarinho, Armindo Travassos, João Ferreira Gonçalves, José Nabais e Eng. Martins Duarte.
E aqui já se falou de turismo e imensas ideias sobre o aproveitamento possível da Quinta do Convento.
Entretanto tinha conseguido falar com o seu proprietário e foi possível dar já a informação aos presentes de que efectivamente a quinta estava à venda e que o seu preço seria de 1200 contos, exclusivamente pela parte murada, ou 1500 englobando a parte murada e o pinhal.
E já com o objectivo de adquirir a quinta, visto todos estarem de acordo em avançar, foi nomeada uma comissão para as conversações com o proprietário.
Mas como tal passo envolvia desde logo o pagamento de um valor muito considerável para a altura, foi necessário saber quem poderia acompanhar-me, dado que tinha de garantir um número mínimo de quarenta pessoas que subscrevesse um capital de 25 contos cada um.
E ficaram comigo na comissão Manuel Joaquim Lambelho Ramos, António Vaz Lindeza e João Ferreira Gonçalves.
Daí partimos para as negociações, conseguindo um acordo final para a compra da quinta pelo valor de 1025 contos, sendo 1000 a dinheiro e os restantes 25 em cinco acções de 5 contos.
É de referir que o proprietário foi muito sensível ao facto de se pretender a quinta para a criação de um parque de campismo para o Fundão.
Na reunião realizada a 29 de Setembro de 1976 todas estas informações foram dadas aos presentes e todos consideraram que o negócio não podia ter sido melhor.
De novo se discutiu a natureza jurídica da entidade que havia de ser criada para dar nome ao projecto e as opções ficavam agora entre uma sociedade anónima e uma cooperativa.
Foi então decidido votar as duas opções e os resultados obtidos foram de 50 votos a favor da formação duma sociedade anónima e quatro a favor da formação duma cooperativa.
Perante os resultados e no sentido de tratar de todos os aspectos burocráticos da sua constituição, foi reforçada a comissão existente com mais os seguintes elementos:- Dr. Manuel Correia Saraiva, Dr. José Rodrigues Soares, Adelino Valente Venâncio e José Alberto Proença Gomes.
O nome da sociedade anónima que iria ser constituída foi o tema inicial da reunião de 22 de Outubro de 1976, convocada com o objectivo de apreciar, discutir e aprovar os respectivos estatutos, para além de eleger o primeiro elenco de corpos sociais.
Aqui estiveram presentes 35 das 61 pessoas que já constavam da lista dos fundadores.
Dei a conhecer que havia sido pedida autorização para três nomes, como exige a lei, e os nomes propostos foram ETUR, FUNDATUR e SOTUR.
Para além destas informações outras de igual importância foram prestadas, como as diligências feitas junto da Direcção Geral do Turismo, no sentido da aprovação dum parque de campismo, e da satisfação que resultou do reconhecimento das potencialidades turísticas da Quinta do Convento.
Dos nomes sugeridos o que reunia maior consenso entre os presentes era o de FUNDATUR, vindo realmente a ser esta a denominação aceite e aprovada pela entidade que regula os nomes das sociedades.
Os estatutos foram discutidos e aprovados, do mesmo modo que foram eleitos os primeiros corpos sociais para o triénio de 1977-1979, cuja constituição se desenvolve noutro espaço desta publicação.
Dos estatutos, que consagram denominação, sede, objecto e duração, consta também o capital social, os órgãos sociais - assembleia geral, administração e fiscalização - e ainda disposições transitórias.
O capital inicial da sociedade foi de 2000 contos, formado a partir da subscrição de 80 títulos de 5 acções no valor de 5 contos cada.
A lista desses subscritores encontra-se também desenvolvida nesta publicação.
Com a escritura de constituição da sociedade, lavrada no Cartório Notarial da Covilhã em 11 de Fevereiro de 1977, é dada existência legal à FUNDATUR—Empreendimentos Turísticos da Quinta do Convento, SARL, com início de actividade em 1 de Fevereiro de 1977.
Viria a ser aprovado em 1 de Outubro de 1977 o aumento de capital de 2000 para 6000 contos, sendo aberta a subscrição de novas acções, cuja emissão seria efectuada em quatro fases, que decorreram até 30 de Outubro de 1979.
A construção do parque de campismo.
Começa então a grande aventura:- construir o parque com os limitados recursos existentes.
Primeiro teria de haver projecto, depois os obreiros que fizessem a obra.
E é aqui que entra em cena a nova força, determinante para a concretização do sonho:- a CAROLICE.
O que aconteceu a seguir, fica para o relato que saberá fazer sobre esta obra magnífica, a partir de um sonho que se tornou realidade".
O testemunho do mentor desta iniciativa é elucidativo de como tudo começou e o tipo de força que existiu depois para concretizar o sonho - a carolice.
Foi com esta força que se empreenderam jornadas de trabalho, atrás de jornadas de trabalho, que culminavam sempre numa alegre petisqueira e no convívio de amigos e familiares, os braços de trabalho que nunca faltaram para fazer a obra.
Não há números que possam dar uma ideia do tempo gasto com os trabalhos que tornaram possível o parque de campismo da Fundatur, mas o que se pode dizer é que todos fizeram de tudo. E a obra surgiu.

OS FUNDADORES
- Luís da Silva Carvalho
- José Gonçalves Nabais Guedes
- José Sousa Passarinho
- Guilherme Brito Nogueira Manique
- Luís Abrantes da Silva
- Manuel de Brito Nogueira
- João Diogo Passarinho
- José Abrantes da Silva e Horácio de Oliveira Campos
- António Vaz Lindeza
- António Cardeiro Saraiva
- Sebastião Clemente Lambelho
- Manuel Joaquim Lambelho Ramos
- David Pião Nogueira
- Luís Clemente dos Santos
- Luís António Gonçalves de Brito
- João Ferreira Gonçalves
- Fernando Reis Gonçalves
- Domingos Correia de Moura
- Augusto Martins Duarte
- António Brioso Manique
- José António Santos Marques
- Casa de Móveis Progresso Covilhanense, Lda.
- António Alberto Leitão Gomes
- Aníbal Alçada de Paiva
- José Joaquim Brioso Manique
- José Manuel Tavares de Brito
- Teodoro Sanches Leitão
- Armindo José Salvado Travassos
- Joaquim Martins Saramago
- José Rodrigues Soares
- Manuel da Costa
- Hermínio S. João Antão da Horta
- José Moreira Santos Rebordão
- Mário Amaral Diamantino
- Manuel de Campos Bernardo
- Mário Marques Fernandes Campos
- António Alfredo Marques Fernandes Campos
- Virgílio Fernandes Campos
- José Manuel Chau
- Joaquim dos Santos Gonçalves
- José Isidro Sena
- António Martins Delgado
- António de Jesus Salvado
- Fernando Santos Jacinto Ribeiro
- José Luís Roxo Rebordão
- Manuel Correia Saraiva
- Manuel Agapito Marques
- Filipe de Almeida Mesquita
- António Manuel Brito Pequenão
- José Pequenão de Brito David
- Maria Emília Alves Fernandes e Maria Natália Alves
- António dos Reis Miguel
- António Garcia de Faria
- Sebastião Nunes Pereira
- João Alberto Vaz Abrantes
- Alfredo de Assunção Dias Loureiro
- Pedro Manuel Oliveira Lopes Dias
- Ilídio Dias Cardoso e Aníbal Dias Cardoso
- Francisco de Sousa Passarinho e esposa
- António Maria Paulouro
- António Páscoa Serra
- Joaquim Pires Morgadinho
- Álvaro Bartolomeu Ferreira Sampaio
- Alfredo Gil Antunes Delgado Lino
- Luís Campos Nunes
- Agostinho Costa dos Santos
- Manuel Vaz Lindeza
- Artur Ribeiro
- António Alfredo Hipólito Trindade
- João Ribeiro
- António Celorico Moreno Furtado
- Albino Martins Duarte
- Alberto de Oliveira Campos
- José Esteves Pinto
- Virgílio Marcelino Gonçalves
- Francisco de Sá Pereira
- Joaquim Eduardo Gonçalves Martins
- José Atanásio Mendes
- António Gonçalves Santos Boavida
- Joaquim Salvado


QUEM PARTICIPOU NOS ORGÃO SOCIAIS

Primeiro elenco
Triénio 1977—1979
Eleitos em reunião de 22-10-1976, por voto secreto, os nomes constantes da lista dos sócios fundadores, propostos para cada um dos órgãos.
Nesta reunião foram também aprovados os estatutos.
Conselho de Administração
Efectivos
Luís da Silva Carvalho (34 votos)
António Vaz Lindeza (28 votos)
Manuel Joaquim Lambelho Ramos (28 votos)
Manuel Correia Saraiva (20 votos)
João Ferreira Gonçalves (17 votos)
Suplentes:
Adelino Valente Venâncio (15 votos)
António dos Reis Miguel (10 votos)
Assembleia Geral
Augusto Martins Duarte (16 votos) - Presidente
Armindo J. S. Travassos (14 votos) – V.Presid.
António Cardeiro Saraiva (13 votos) - Secretário
José Manuel Chau (9 votos) – Secretário
Conselho Fiscal
Efectivos

António Leitão Gomes (31 votos)
José Rodrigues Soares (30 votos)
José Abrantes da Silva (27 votos)
Suplente
José Gonçalves Nabais Guedes (7 votos)

Os elencos que se seguiram

Triénio 1980 – 1982
Assembleia Geral
Presidente – Augusto Martins Duarte
Vice-Presid. – Armindo José Salvado Travassos
1º. Secretário – Álvaro Roxo Vaz
2º. Secretário – António Cardeiro Saraiva
Conselho Fiscal
Efectivos

António Alberto Leitão Gomes
José Rodrigues Soares
José Abrantes da Silva
Suplente
José Gonçalves Nabais Guedes
Conselho de Administração
Presidente - Luís da Silva Carvalho
Vice-Presid. – Manuel Correia Saraiva
Vogal – António Vaz Lindeza
Vogal – Manuel Joaquim Lambelho Ramos
Vogal – José de Sousa Passarinho
1º. Suplente – António dos Reis Geraldes
2º. Suplente – Leopoldo Soares dos Santos

Triénio 1983 - 1985
Assembleia Geral

Presidente – Luís da Silva Carvalho
Vice-Presidente – Manuel J.Lambelho Ramos
1º. Secretário – António Vaz Lindeza
2º. Secretário – José de Sousa Passarinho
Conselho Fiscal
Efectivos

António Alberto Leitão Gomes
José Rodrigues Soares
José Abrantes da Silva
Suplente
José Gonçalves Nabais Guedes
Conselho de Administração
Efectivos

Fernando Alfredo Gil Moutinho Garcez
António Duarte Riscado
José Batista Bento Albino
José Luís Roxo Rebordão
Álvaro Roxo Vaz
Suplentes
José Lopes Correia
Jorge Íris Guimarães Costa Nogueira

Triénio 1986 – 1988
Assembleia Geral

Presidente – Luís da Silva Carvalho
Vice-Pres. – Manuel Joaquim Lambelho Ramos
1º. Secretário – António Vaz Lindeza
2º. Secretário – José de Sousa Passarinho
Conselho Fiscal
Efectivos

António Alberto Leitão Gomes
José Rodrigues Soares
José Abrantes da Silva
Suplente
José Gonçalves Nabais Guedes
Conselho de Administração
Efectivos

Álvaro Roxo Vaz
José Luís Roxo Rebordão
José Batista Bento Albino
João Manuel Bracons Felizol
Joaquim de Jesus Dias
Suplentes
José Lopes Correia
António Manuel Nogueira Lambelho

Triénio 1989 – 1991
Assembleia Geral
Presidente – Luís da Silva Carvalho
Vice-Presidente – Manuel J.Lambelho Ramos
1º. Secretário – António Vaz Lindeza
2º. Secretário – José de Sousa Passarinho
Conselho Fiscal
Efectivos

António Alberto Leitão Gomes
José Rodrigues Soares
José Abrantes da Silva
Suplente
José Gonçalves Nabais Guedes
Conselho de Administração
Efectivos
Álvaro Roxo Vaz
José Luís Roxo Rebordão
José Batista Bento Albino
João Manuel Bracons Felizol
Joaquim de Jesus Dias
Suplentes
Torcato José Mendonça da Silva
Carlos Alberto Ponciano Lindeza

Triénio 1992 – 1994
Assembleia Geral

Presidente – Luís da Silva Carvalho
Vice-Presidente – Manuel J.Lambelho Ramos
1º. Secretário – João Manuel Bracons Felizol
2º. Secretário – José Luís Roxo Rebordão
Conselho Fiscal
Efectivos

António Alberto Leitão Gomes
José Rodrigues Soares
Donato João Lourenço Viçoso (ROC)
Suplente
Fernando António Duarte Gonçalves
Conselho de Administração
Efectivos
Álvaro Roxo Vaz
Torcato José Mendonça da Silva
Joaquim de Jesus Dias
António dos Santos Antunes
António de Jesus Carvalho
Suplentes
António Vaz Xisto
Valdemar da Conceição Marques

Triénio 1995 – 1997
Assembleia Geral
Presidente – Luís da Silva Carvalho
Vice-Presidente – Manuel J.Lambelho Ramos
1º. Secretário – Adelino Valente Venâncio
2º. Secretário – José Luís Roxo Rebordão
Conselho Fiscal
Efectivos

António Alberto Leitão Gomes
José Rodrigues Soares
Donato João Lourenço Viçoso (ROC)
Suplente
Apolinário Mendes dos Santos
Conselho de Administração
Efectivos
Álvaro Roxo Vaz
António dos Santos Antunes
Joaquim de Jesus Dias
António de Jesus Carvalho
João Manuel Bracons Felizol
Suplentes
Fernando Duarte Gonçalves
Valdemar da Conceição Marques

Triénio 1998 – 2000
Assembleia Geral
Presidente – Luís da Silva Carvalho
Vice-Presid. – Manuel J.Lambelho Ramos
1º. Secretário – Adelino Valente Venâncio
2º. Secretário – António Vaz Lindeza
Conselho Fiscal
Efectivos
António Alberto Leitão Gomes
Joaquim Miguel Leitão Campos
Donato João Lourenço Viçoso (ROC)
Relator
Manuel Milheiro Joaquim
Conselho de Administração
Efectivos

Álvaro Roxo Vaz
João Manuel Bracons Felizol
António de Jesus Carvalho
António Gonçalves dos Santos
José Manuel Marques Gamas
Suplentes
António dos Santos Antunes
José Luís Roxo Rebordão

Triénio de 2001 – 2003
Assembleia Geral
Presidente – Luís da Silva Carvalho
Vice-Presidente – Manuel Joaquim Lambelho Ramos
1º. Secretário – Adelino Valente Venâncio
2º. Secretário – António Vaz Lindeza
Conselho Fiscal
Efectivos
António Alberto Leitão Gomes
Joaquim Miguel Leitão Campos
Donato João Lourenço Viçoso (ROC)
Relator
Manuel Milheiro Joaquim
Conselho de Administração
Efectivos
Álvaro Roxo Vaz
João Manuel Bracons Felizol
José Luís Roxo Rebordão
António de Jesus Carvalho
António Gonçalves dos Santos
Suplentes
António dos Santos Antunes
José Manuel Marques Gamas

Triénio de 2004 - 2006
Assembleia geral
Presidente – Luis Silva Carvalho
V.Presidente – Manuel Joaq. Lambelho Ramos
1º.Secretário – José Luís Roxo Rebordão
2º.Secretário – António Vaz Lindeza
CONSELHO FISCAL
Dr. António Alberto Leitão Gomes
Dr. Miguel Joaquim Leitão Campos
Donato João Lourenço Viçoso – ROC
Relator – Manuel Milheiro Joaquim
Conselho de Administração
Efectivos
Álvaro Roxo Vaz
João Manuel Bracons Felizol
António de Jesus Carvalho
António Gonçalves Santos
Joaquim Jesus Dias
Suplentes
António Santos Antunes
José Gonçalves Nabais Guedes

A hospitalidade como imagem de marca
Dada a forma como nasceu o parque de campismo da Quinta do Convento, concretizando um sonho que tem no prazer do convívio e no culto da amizade toda a sua razão de ser, desde logo o ambiente teria de traduzir esse espírito.
Assim, desde os primeiros anos de vida que o parque de campismo beneficiou de uma grande ocupação, porque os fundadores, os seus familiares, os seus amigos e depois os amigos dos amigos, como que tinham pressa em usufruir daquele espaço maravilhoso para piqueniques e convívios.
O parque de campismo tornou-se então um espaço vivo, onde a pretexto dum qualquer trabalho – e já foi dito que todos faziam de tudo – se realizava logo um almoço de famílias, um churrasco, uma petiscada, ou simplesmente o abrir de uma lata de conserva com um pão caseiro e vinho de produção privada, saído do garrafão que imediatamente surgia da mala dum qualquer carro.
E sendo uma obra sua, todos os que a fizeram gostavam que ela se tornasse visível, que dela fosse dado testemunho e que das impressões resultasse um aumento do número de utentes.
Como os beirões sempre souberam receber bem as pessoas que os visitam, a hospitalidade teria de ser a imagem de marca, traduzindo-se em pequenos gestos que surtiam um extraordinário efeito – associar aos seus convívios os campistas, nacionais ou estrangeiros, que iam entrando no parque.
E foram estas atitudes que expandiram o nome do parque, tanto em Portugal como no estrangeiro.
Quando o drama nos atinge

ZECA BENTO deixou-nos quando o mandato para o triénio 1989-1991 estava prestes a chegar ao fim.
De forma dramática e inesperada, o companheiro que não gostava de “makas” e para todas as situações conseguia consensos, deixava o seu lugar vazio.
Mas se os lugares em órgãos sociais como os da Fundatur são de fácil preenchimento, já o lugar na vida ficou vazio para sempre, ao terminar de forma abrupta e dolorosa o seu “mandato de vida”.
Deixou-nos uma imagem de referência e de todos os companheiros a homenagem à sua memória.
ooOoo
O CONVENTO DE SANTO ANTÓNIO - Porque não o aceitou a Câmara em 1984 ?
Com a compra da Quinta do Convento pela Fundatur, veio esta a tornar-se dona de uma preciosidade histórica e um dos monumentos mais antigos e emblemáticos do Fundão – o Convento de Santo António.
Todavia, a pertença desta verdadeira pérola por parte da Fundatur era o que se podia designar de "missão impossível".
Se o sonho de transformar o Convento em Pousada ou Restaurante ainda prevaleceu por algum tempo no espírito dos primeiros responsáveis da Fundatur, ao ponto de ainda ser feito um esboço de projecto para o edifício, poucos anos bastaram para que os responsáveis que vieram a seguir tomassem consciência de que, face aos meios de que dispunham, lhes era impossível preservar um edifício com aquelas características monumentais.
O tempo começava a causar os seus efeitos sobre a cobertura e o vandalismo iniciava um processo destrutivo que levou o edifício a um quase monte de escombros.
Mas quando ainda se encontrava em perfeito estado de conservação, os administradores de então (triénio 1983-1985), quiseram salvar o Convento de Santo António.
E a única forma que achavam possível para o conseguir, seria oferecê-lo à edilidade fundanense, dada a responsabilidade das autoridades administrativas para com a conservação dos monumentos.
Só colocaram uma única condição:- que este fosse destinado estritamente a fins culturais.
E é com a maior mágoa que hoje aqui se deixa escrito, que as diligências então efectuadas junto da Câmara Municipal conduziram a um processo de características tão inconsistentes, enganosas e de tão pouco respeito por quem só queria salvar um monumento, que dificilmente se consegue arranjar explicação para tudo o que se passou invocando a falta de sensibilidade para com as coisas da cultura e de defesa da nossa identidade histórica.
Mas pelo respeito à verdade e porque a Fundatur, sendo vítima de uma situação, ainda hoje é acusada injustamente pelo estado a que chegou o Convento de Santo António, esta é uma história que tem de ser contada.
E documentos não faltam para a fundamentar e comprovar.
Ora desses documentos consta que em 31 de Janeiro de 1984 foram iniciadas pela Fundatur as diligências junto da Câmara Municipal do Fundão para a cedência gratuita do Convento, com a condição já referida de que teria de ser destinado estritamente a fins culturais.
Após troca de correspondência e encontros para acerto do texto do “contrato de cessão de usufruto”, que o próprio assessor jurídico do Município elaborou, chega-se ao dia 26 de Março de 1984 com uma convocatória da Câmara Municipal ao Conselho de Administração da Fundatur, para as partes subscreverem o contrato.
Entretanto a administração da Fundatur havia convocado a assembleia geral, onde lhe seriam dados os poderes necessários para a subscrição de tal contrato de cessão, visto tratar-se de alienação de património.
No dia e hora marcados os responsáveis da Fundatur compareceram na Câmara, mas o Presidente ou a Vereação pura e simplesmente não apareceram.
Explicação para o facto ? Não houve, na altura.
Novos contactos, novas diligências e finalmente nova reunião é aprazada para o dia 27 de Novembro de 1985 “e em que uma vez mais deixou de estar presente a Exma.Vereação” conforme é lembrado no ofício da Fundatur de 27 de Dezembro de 1985, dirigido à Câmara Municipal, ao qual se anexava “uma compilação histórica sobre o Convento de Santo António e Senhora do Seixo de modo que sirva as diligências que V.Exa. (o presidente da Câmara) se prontificou mandar efectuar no sentido de obter uma classificação em termos de monumento nacional e possibilite a obtenção de fundos para a sua preservação”.
De facto, num dos infrutíferos contactos, o presidente da Câmara sugeriu que o melhor seria a Fundatur apresentar uma exposição no sentido de o Convento ser classificado, juntando uma compilação histórica, que ele a faria chegar à entidade competente.
Segue-se depois um penoso caminho, com encontros e desencontros, buscando ainda a forma de preservar o Convento, que entretanto já estava nas mãos de um poderoso inimigo, que se associou de vez aos vândalos:- os efeitos do tempo.
Até que em 17 de Novembro de 1988 a Secretaria de Estado da Cultura dá notícias para dizer no seu ofício nº. 17338: “… e analisando o conteúdo da exposição da Fundatur, dirigida a esse Município, e na ausência do processo de classificação da Quinta do Convento (que não foi possível localizar) informo V.Exa. do seguinte:- deverão os interessados organizar processo …” etc.etc.
Um processo mais que os interessados EM PRESERVAR O CONVENTO deveriam juntar a outro que não foi possível localizar (?!), para receberem talvez passados mais três anos, a informação de que este também não foi localizado !
Até aqui a história é esta. Triste e desesperante, como facilmente se percebe.
E a confirmar tudo o que atrás se disse, a notícia publicada no “Jornal do Fundão” nº. 1958, de 20 de Julho de 1984, do seguinte teor:
“O Município do Fundão vai poder usufruir do Convento de Santo António, mercê de uma proposta que dirigiu à Fundatur, no sentido de lhe ser cedido o usufruto daquele imóvel, para fins estritamente culturais. A cedência do usufruto foi desde logo considerada pela Administração da Fundatur, não sem que antes obtivesse dos associados o aval necessário em assembleia geral convocada para o efeito”.
Apesar da imprecisão quanto a quem fez a proposta de cedência, quem dera que ela se tivesse concretizado.
Mas o Convento haveria ainda de fazer correr muita tinta.
Inglês quer comprar Convento de Santo António, no Fundão
(Jornal do Fundão nº. 2197, de 30 de Setembro de 1988)
“Um investidor estrangeiro, de nacionalidade inglesa, acaba de propor a compra do Convento de Santo António, no Fundão…
… O cidadão inglês passa férias há cerca de cinco anos no Fundão e tem projecto de recuperação do imóvel, mantendo a traça arquitectónica, para construção de uma unidade turística de grande qualidade”.

Esta foi de facto uma notícia prenhe de esperança em salvar o Convento.
E surge porque Bernard George Farthing, um dos muitos campistas conquistados pelo ambiente familiar e de hospitalidade do parque da Fundatur, veio para passar uma noite e não mais deixou de passar férias no Fundão, nos anos seguintes.
Teve então a oportunidade de assistir à agonia do Convento, mostrando-se muito chocado com a situação, por ser algo impensável no seu país, como depois confessou.
Pergunta então se um particular, como ele, tinha hipótese de comprar o Convento para o converter numa unidade hoteleira, tentando salvar o que ainda era possível da sua estrutura arquitectónica.
E a resposta afirmativa que obtém deixa-o louco de alegria, por um lado, e duma estupefacção enorme, por outro, porque também nos diz que esta possibilidade é impensável no seu país.
Ele que se dedica na sua actividade profissional à recuperação de edifícios antigos, diz desconhecer que algum particular tenha conseguido adquirir um monumento histórico e sobre edifícios senhoriais os preços são absolutamente proibitivos.
O CONVENTO AOS OLHOS DO PROF.JOSÉ HERMANO SARAIVA
“Histórias que o tempo apagou” – TV2 - 11.11.1994
Acontece nesta altura o programa do Prof. José Hermano Saraiva, dedicado ao Convento de Santo António, onde a dado passo o Mestre profere as seguintes palavras, que aqui não é possível temperar com o desdém e a acidez com que o fez:
“Depois … a casa foi vendida. Instalaram para aí … diz-se … um parque de campismo. Vieram os campistas e vieram também os descobridores de tesouros. Pessoas que à noite, com lampiões e alavancas de ferro levantaram as lousas das sepulturas à procura da prata e do ouro e depois de violadas todas as campas foram às paredes, meteram ferro, desventraram tudo, até que a casa aluiu. Eu estou a falar nisto apaixonadamente, porque penso que a destruição do Convento de Santo António, do Fundão, é um dos crimes de vandalismo mais gritante que se cometeram durante a minha geração”.
A juntar à grande mágoa da Fundatur por não ter conseguido salvar o Convento, quando ainda em perfeito estado de conservação, porque a Câmara em funções em 1984-1985 tudo fez para se livrar de o receber, surge a perspectiva do Prof. José Hermano Saraiva, em que os campistas são afinal os vilões desta história.
Naturalmente que a reacção não se fez esperar e em carta aberta que o autor destas linhas fez publicar no Noticias da Covilhã, em que se davam a conhecer todas as diligências junto da Câmara e que já foram referidas anteriormente, ainda foi dito:
”E é o tom e o significado dessas palavras, que fizeram reagir com indignação muitos daqueles que o admiram mas que também não aceitam o ultraje à sua condição de campistas, que me levam a dizer ao Senhor Professor José Hermano Saraiva que o Parque de Campismo do Fundão é uma instituição de bem, que reconhecidamente muito tem contribuído para a divulgação do nome do Fundão, aquém e além fronteiras, e que os campistas de que faço parte, repudiam frontalmente a clara insinuação de que a instalação do parque, ou quem o frequenta, esteve ou está na origem da destruição do Convento de Santo António, associando-os a vândalos e criminosos”.
Mas a esperança ainda subsistiu por muito tempo e estava encarnada na pessoa de Bernard George Farthing, que fez para o Convento um projecto para o transformar em hotel, candidatando-se então a fundos comunitários.
E tudo parecia bem encaminhado, até que de novo foram trocadas as voltas para se salvar o Convento – uma acção interposta por José Miguel Júdice, então preterido no projecto para a Quinta das Lágrimas, em Coimbra, que bloqueou este projecto nos tribunais, por mais de quatro anos.
Ao fim desse tempo, o próprio tempo passou a ser o grande inimigo.
É certo, que outros acontecimentos haviam de retirar confiança ao processo, atropelando relacionamentos pessoais, destruindo amizades que pareciam bastante solidificadas e atingindo, inclusivé, o ambiente que sempre foi o cartão de visita do parque de campsimo - a hospitalidade e a fraterna convivência.
E socorro-me da minha orientação cristã para citar de uma das orações a Deus "... perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido..." para pôr um ponto final na parte deste capítulo menos feliz, que a mim próprio diz respeito.
Mas a esperança de salvar o Convento por meio da sua conversão em unidade hoteleira, começou aí a desvanecer-se, desejando que não haja razões para pensar que se esfumou de vez.
De todas as histórias fazem parte episódios menos felizes e o que envolve o Convento de Santo António, tem precisamente essas características !

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Mas a história da Fundatur continua por fazer-se. Estes são apenas apontamentos para essa história, que havia de constar duma revista de "fabrico caseiro", que um dia idealizei, com muitas imagens, que também existem no meu arquivo. Talvez, um destes dias elas estejam por aqui, para dar dimensão à história. Não podemos esquecer que "uma imagem vale mais que 1000 palavras !

terça-feira, 1 de junho de 2010

Gardunha - quem te viu e quem te vê !

Foi em "O Jornal", dirigido por Joaquim Letria, que fiz publicar, em 1984, o texto que hoje aqui deixo. A cópia de um exemplar que sempre fez parte dos meus arquivos, mas que a certa altura perdi de vista e só agora recuperei. Foi escrito pouco tempo depois de a Serra da Gardunha ter sido devorada pelas chamas.Um relato que traduz o estado de alma de um dado momento.
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Manhã de domingo, na torre o relógio a bater as 7.30 horas.
Com o sol de Agosto a fazer sentir já os seus efeitos, o grupo de Caminheiros da Gardunha, de que faço parte, inicia mais uma das suas caminhadas domingueiras.
Com um certo ar de tristeza no semblante, todos deixámos perceber que esta caminhada será bem diferente das anteriores. A disposição não é a mesma.
E não podia deixar de ser assim, pois as razões são de monta.
Com a encosta norte da elevação em que se situa a Pedra D'Hera bem verdejante à nossa frente, dir-se-ia que nada tinha mudado. A varanda — assim chamamos àquela pedra virada para a Cova da Beira – ali estava cercada do verde das castinceiras a perpetuar a presença do que foram as frondosas e dionisíacas matas de castanheiros que, além do mais, eram fecunda garantia da segurança e imobilização das terras.
A pedra nos convidava a longa permanência nela sentados, para apreciar a vastidão do fundo e berço da Gardunha, constituído pela bela vila do Fundão e para além dela, qual jardim multicor, toda a Cova da Beira com a sua imensa e rica diversidade pomífera e hortícola, salpicada de casario.
Contudo, transpondo esta elevação que nos separava do Vale do Alcambar, a visão dantesca que surge ante os nossos olhos faz com que todos nos deixemos dominar pela angústia, que atrofia a respiração já de si difícil pela presença de fumos e poeiras queimadas na atmosfera.
Tínhamos diante de nós, abrangida pela vista, o que fora a verdejante encosta que vai do Arrebentão até à Casa do Guarda da Floresta e agora se havia transformado numa mancha completamente calcinada pela acção do violento incêndio que, em jeito de catástrofe, sobre ela se abateu nestes dias.
Para lá do que os nossos olhos podiam ver, adivinhava-se o mesmo tipo de paisagem até aos domínios de Alpedrinha e Castelo Novo, já que a mancha florestal para lá se estendia, do mesmo modo que para trás do Arrebentão e na direcção do Souto da Casa e Ribeirinha ficara queimado o arvoredo de onde partira o fogo.
Como oásis no meio desta enegrecida paisagem, o Vale do Alcambar ali estava viçoso e de folhagem agitada pela brisa, como em saudação amiga — pinturesco vale, a respeito do qual alguém escreveu: "paraíso imbricado de fruteiras e azenhas primitivas, no tapete esmeraldino de mil courelas minúsculas».
Hoje a sua fisionomia está bastante alterada. Das azenhas, apenas resta uma ou outra construção com o seu traçado primitivo e as courelas então existentes viram o seu espaço aumentado, tanto por agregação como pela anexação de terras roubadas à encosta da Gardunha, com o fim de aproveitar a plantação de cerejeiras e destas o fruto de qualidade impar devido ao microclima aqui existente e para elas de todo favorável.
E é da sua floração que se obtém o mais deslumbrante espectáculo, com tanto de belo como de efémero. Com paralelo, apenas nos foi dado ver as amendoeiras em flor.
Obra de autênticos pioneiros no desbravar de terreno, os proprietários destas courelas de reduzidas dimensões — junto a Alcongosta — são crónicos negociantes da "caroça", como outros o são dos artefactos de verga, cuja matéria-prima lhes é dada pelas varas dos castanheiros ainda novos.
Este vale terá evitado a propagação do fogo para a encosta sul do monte da Pedra D'Hera e sobre o qual se encontra uma construção deixada por madeireiros que tempos atrás disformaram a sua paisagem ao fazerem corte raso de parte do pinhal que nele havia. Tal construção fora então por nós baptizada de "Abrigo dos Caminheiros da Gardunha".
E o episódio ocorrido com o Valdo, nessa ocasião não deixou de ser recordado. Foi quando, no acto de "arriar a calça", se lhe deparou uma carteira com umas dezenas de escudos e que logo foi considerada a condenação simbólica do madeireiro que andava a empobrecer a paisagem abatendo as árvores que nelas se encontravam. Verificava-se agora que tal condenação nem tivera razão de ser.
Prosseguimos a caminhada em direcção poente, passando nas quintas do Casal do Badana, hoje quase um povo com o seu complexo agro-pecuário e construções de apoio.
Dirigimo-nos ao monte do Picôto. Dali se avista a elevação da Senhora da Penha, penhasco de onde se vislumbra Castelo Branco em dias claros e baixo índice de humidade. Nele se encontra a gruta do Eremita e vestígios de construções que nada nos contam mas que a existência de umas espécies de cornijas de hábil trabalho muito nos surpreende.
Da sua vertente norte desce a ribeira da Gardunha em direcção ao Souto da Casa, depois de atravessar a "estrada real", que nos contam ter sido uma das vias de comunicação outrora existentes com direcção a S. Vicente da Beira.
Foi da margem esquerda da ribeira, onde esteve quase dominado, que o fogo se transpôs para a margem direita e pela encosta do monte de S. Gonçalo, em cujas abas se situa a capelinha da Senhora da Gardunha, rapidamente se encaminhou para o Arrebentão e dali em direcção a Alcongosta na sua marcha impiedosa de devastação.
Mas para além da margem esquerda e na direcção de S. Vicente da Beira, quilómetros e quilómetros se apresentam com a mesma desoladora configuração.
Já era do nosso conhecimento que 80 quilómetros quadrados de floresta haviam sido consumidos pelo fogo em cerca de cinco dias.
A serra da Gardunha mudara completamente de aspecto.
Por muito tempo ainda continuámos absortos na contemplação da paisagem.
Íamos fazendo conjecturas quanto ao montante dos prejuízos produzidos. Seriam incalculáveis, concluímos.
Mas se incalculáveis eram os materiais, irreparáveis eram os ecológicos. E esses eram para nós, sem dúvida, os mais angustiantes.
Somos dos que vemos a natureza por diversos ângulos. Amamo-la pela sua beleza, consideramo-la pela sua importância para o meio de vida de cada um e dela nos servimos para retemperar forças para a labuta quotidiana.
E a recordação do que alguém dissera um dia, ao ver uma projecção de diapositivos da Gardunha, vem-nos à lembrança:
— Tendes as mais belas paisagens que já vi e tendes oxigénio de cortar à faca. Sois ricos. Defendei tudo isso que é de valor inestimável.
Quanto nos embeveceu esse comentário e propositado conselho. Era de facto uma verdadeira riqueza que tínhamos e que agora num abrir e fechar de olhos nos fugiu.
Todos sentimos uma imensa raiva, gerada pela impotência de nada podermos fazer para evitar tal infortúnio, e desde logo o atirar de culpas para os responsáveis da pobreza que nos atingiu.
Mas a quem as assacar?
— Aos criminosos que ateiam o fogo?
— Aos que lhes pagam para o fazer?
— À brandura da Justiça que devia ser impiedosa para tais actos?
— Aos que governam e não têm criado os meios de protecção à riqueza natural do país ?
— Às forças de segurança e policiamento?
Todos as têm, pensamos nós. E só nos custa entender o quê e o porquê de tudo isto. Mas louvores também são de fazer, para além do que fica desta adversidade. Merecem-nos os anónimos bombeiros pela sua abnegada acção de combate às chamas e defesa de bens e vidas em perigo e pela luta contra a indiferença dos que têm responsabilidade de acompanhar a população atingida por esta tragédia e não o fazem, em contraste com a presteza que os leva a apresentar-se para as festas e comezainas.
Hoje estamos verdadeiramente tristes. Por nós e por todos os que vierem depois de nós.
Da paisagem que foi, fica-nos a recordação. Da paisagem que é, a certeza de que a saúde de todos nós baixara de qualidade.
Sem falar dos que jamais poderão viver, como viviam, à custa da riqueza florestal desaparecida nos 80 km2 agora devorados pelas chamas e cujo repovoamento leva décadas a fazer-se, e menos ainda das famosas e raras espécies florestais desaparecidas para sempre.
Regressamos a casa. A nostalgia acompanha-nos. Víramos muito e pouco de bom. A caminhada de hoje não deixara saudades.
Pelo calor do sol, abrasado ia também o nosso estado de alma.
Mas voltaremos. Muitas vezes, se nos for possível.
Tantas que nos seja dado dizer um dia:
— A Gardunha já é hoje o que era dantes!

segunda-feira, 1 de março de 2010

Chão de Alverca - refúgio da memória

EXPLICAÇÃO

Sem invalidar a sua publicação em livro, como desejo, e disponibilizá-lo essencialmente para a família, é feita desde já a divulgação do seu conteúdo. Escrito despretensioso, apenas se insere na vontade de partilhar com os outros o que me vai na alma.

Um regresso ao passado, através da memória, decorridas mais de seis décadas.

Voltar às origens, bem no meio do mundo rural, que me moldaram para a vida.

E desta forma homenagear os pais, muito humildes, que deixaram aos sete filhos a maior de todas as riquezas - o exemplo.

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